Assinalando o 133º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa, a RTP Memória irá transmitir no próximo dia 13 de Junho a "nossa" curta-metragem Poesia de Segunda Categoria (2012).
Em 1929, Álvaro de Campos escrevia um nostálgico e desesperançado poema: Aniversário. Abre com os versos: “No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, / Eu era feliz e ninguém estava morto.”. Porém, quase no fim do poema encontramos: “Hoje já não faço anos. / Duro.”. Foi este o desolado lamento de meia idade que Campos escreveu no dia do seu aniversário, 15 de Outubro, quando perfazia 39 anos; já que era literariamente mais novo que Pessoa, que por esta altura teria 41.
Mas uma vez que ainda hoje celebramos o aniversário de Fernando Pessoa, e por consequência, o de toda a peculiar tribo heteronímica, talvez não seja inoportuno afirmar: "Álvaro, estavas certo estando completamente errado, pois ainda hoje festejamos o teu aniversário. Tu e o Fernando são muito mais do que fósforos frios, apagados..."
A fotografia é de uma cianotipia, pertencente a uma série que fiz como estudos para os postais promocionais do filme (aprendi a técnica na Imagerie. Obrigado Magda e Domingos!). A imagem que serviu de base é de um frame do filme, com a actriz Diana Costa e Silva (interpretando Cecília Meireles) e uma citação (editada) de Novalis (1772 - 1801):
A Poesia é o real absoluto. Isto é o cerne da minha filosofia. Quanto mais poético, mais Verdadeiro.
Coincidindo com a transmissão televisiva da curta-metragem, devo também assinalar a apresentação na Escola Superior de Teatro e Cinema, do relatório de projecto "Palavras em Acção" (disponível para consulta aqui), pois este relatório baseia-se integralmente na produção e realização do filme. E é através desse trabalho académico que considero finalmente concluído o projecto da curta-metragem "Poesia de Segunda Categoria".